quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um dia de terapia deu nisso...

Minha personalidade e suas facetas


Minha personalidade e suas facetas

Às vezes me sinto um tanto quanto desprezada. O desprezo é um sentimento que corrói, corrói porque consome aos poucos a nossa vitalidade e a nossa certeza de que somos importantes. Sim, me considero importante, me considero única, determinada e no final das contas também sou egoísta e manipuladora.
Talvez essa minha necessidade de manipulação seja minha defesa, porque odeio receber não como resposta. Todos esses não tem a capacidade de transformar o que eu penso de mim. Ao receber não penso na minha incapacidade, na minha fraqueza, na minha finitude, na minha falta de habilidade e ao final não sou tão importante assim, assim sendo os meus desejos perdem a sua validade e a sua força.
Na roleta russa da vida nunca gostei de ser apontada, ora, ser alvo não é bom. Pode ser algo contraditório, pois ao me considerar única e importante os olhares se voltam aos diferentes; às vezes gosto de ser diferente, às vezes não. E sofro bastante quando a minha diferença não agrada. Tento ser agradável o máximo possível, mas chego a momentos que a força para manter o charme acaba e nesse momento da roleta russa levo os tiros da desaprovação. Então, percebo que não me adéquo muito aos valores de uma boa namorada, de uma mulher perfeita.
Bem, a perfeição é um mito, mas sempre almejei chegar a fronteira. É, por isso, que acredito muito no ditado quanto mais alto se chega maior é o tombo. Talvez o que anda me impedindo de subir mais degraus são os pensamentos destruidores incontroláveis. Os pensamentos de auto-destruição como: acho que vou morrer logo, ou ter uma doença degenerativa, ou a negatividade alheia é como um vírus que “pega” fácil, nunca vou me encaixar nos padrões, por mais que eu tente morro na praia, e o mundo do sucesso e da felicidade é para poucos bons e dentre eles porque eu poderia estar nele?
O que é mais engraçado é que a caricatura de diabinhos e anjinhos em nossos ombros parece que acontece mesmo. Acontece que quando me martirizo com estes pensamentos negativos tem sempre outros que voltam a carregar as minhas energias como: olhe para o seu passado e veja quantas conquistas você teve, pode demorar a chegar as benesses, mas como você é brasileira e não desiste nunca você sempre consegue. O meu lema é a persistência e talvez haja bastante perseverança, o que com certeza traz o otimismo. Contudo, acho que essa eterna briga entre diabinhos e anjinhos me cansa muito; o que, às vezes, me faz manter personalidades múltiplas; como a boa menina versus a ranzinza e egoísta; a persistente e a preguiçosa; a sonhadora e a desiludida.
O que me dá mais medo é não conseguir dar o próximo passo pelos simples fato de não poder atender ou superar as expectativas alheias e, principalmente, as minhas. O pensamento de incapacidade que leva a frustração, a qual se materializa nos momentos em que não posso realizar meus desejos tanto concretos/físicos (ex. bens) como imateriais (ex. sentimentos).
E assim volta o olhar fulminante do desprezo, que na maioria das vezes sou eu que sinto por mim. Tudo bem que tem sempre aquelas “almas podres” que dão uma forcinha para a auto-destruição, mas o inconsciente teimando em te tragar para o buraco negro é a força  mais poderosa da desilusão e da falta de credibilidade em mim mesma.
E aí com chave de ouro fica aquela frase de fundo: sei que sou boa, mas parece que nunca é o suficiente.